O pós-impressionismo: obras-primas do Musée d’Orsay e do Musée de l’Orangerie
Caso não seja frequentador do CCBB do Rio de Janeiro, uma informação: muitas vezes as exposições começam antes de vocês chegarem de fato nelas. Geralmente é na rotunda do edifício que a apresentação das exposições fica disposta. Um gostinho para os visitantes, seja a atração paga ou gratuita. Com O Triunfo da Cor não é diferente.
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Breve pausa para o contexto histórico e artístico...
Afinal, o espaço é o lugar perfeito para o Círculo Cromático que abre a mostra. Criado pelo químico Michel Eugène Chevreul, tem 72 cores construídas partindo de três cores primárias (vermelha, amarela e azul) e três cores secundárias (laranja, verde e violeta). O círculo traz ainda cinco zonas com 20 segmentos retratando diferentes níveis de brilho. Representando as alterações que as cores sofrem em intensidade, luminosidade e de acordo com a cor que esteja próxima ela.
A esfera é resultado das observações da Lei do Contraste Simultâneo da Cor de Chevreul. O estudo, ao lado dos trabalhos de outros cientistas, serviu de base para vários artistas pós-impressionistas, que buscavam novas formas que se opunham à fluidez Impressionista e promoveu uma revolução estética através do “Triunfo da Cor”.
Logo, a exposição apresenta 75 obras de 32 artistas que, a partir do fim do século XIX, buscaram novos caminhos para a pintura. Obras de Van Gogh, Gauguin, Toulouse-Lautrec, Cézanne, Seurat e Matisse entre outros nomes do grupo designado pelo crítico Inglês Roger Fry como pós-impressionista.
De volta ao tour...
É também na rotunda que fica o painel com a projeção de “cores triunfantes” sobre a fachada do Musée d’Orsay de Paris. Fica a dica: vale passar lá à noite para ver a projeção em sua melhor apresentação.
No andar superior começa a exposição propriamente dita. Organizada em quatro módulos, na ordem a seguir:
A cor científica traz obras motivadas pelos estudos de Chevreul. No núcleo misterioso do pensamento. Gaugin e a escola de Pont-Aven, obras que refletem a pesquisa realizada por Paul Gauguin e Émile Bernard. Os nabis, profetas de uma nova arte traz artistas que se definiram como de uma arte nova que defende origem espiritual da arte. Enquanto A cor em liberdade apresenta trabalhos de artistas do final do século XIX, como Cézanne e Paul Gauguin, além de obras de jovens artistas do início do século XX que compartilhavam o gosto por uma composição ornamental em que a cor assume o protagonismo. Existe ainda um quinto espaço com conteúdo audiovisual que detalha diversas das obras em exposição.
Entretanto se você, como a grande maioria (inclusive as blogueira que vos escreve), não é um aluno de artes plásticas, fique tranquilo. Não é preciso saber todos estes detalhes para apreciar a mostra. E caso fique curioso, as informações essenciais sobre cada módulo estão disponíveis nas paredes da galeria (inclusive via QR Codes), nos informativos impressos e em audioguias disponíveis no aplicativo para dispositivos móveis do CCBB.
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Nós aqui do Roteiro Adaptado decidimos visitar por conta própria, com o pouco de arte que aprendemos na escola e nossa percepção. O resultado foi uma agradável manhã de segunda-feira (outra dica: é o dia mais tranquilo), onde testamos e expandimos nosso olhar entre obras conhecidas além de conhecer muitas (muitas!) outras que nunca vimos.
Escolhendo favoritos e “menos interessantes” a nossos gostos pessoais, e descobrindo até a interferência que as molduras trazem para cada obra. Amando ou não, a cada trabalho encontrávamos uma profusão de cores e de formas de utilizá-las, das quais era impossível passar sem ser afetado de alguma forma. Não era incomum precisar segurar o impulso de colocar o dedo em algum detalhe incrível que percebemos e queríamos compartilhar imediatamente (é claro, não pode tocar nas obras).
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Mas se sua mente é daquelas incontroláveis, e fica ainda mais inspirada com tantas cores, não entre em pânico! A viagem pelo pós-impressionismo termina em um programa educativo e interativo que busca levar o visitante para dentro da arte. Ali sim, pode mexer, tocar fotografar, tentar entender um pouquinho da mente dos artistas. Há também um divertido vídeo sobre o período, simulando uma viagem de trem pela arte que é exibido, é claro, em um vagão.
Imperdível e acessível, a exposição é gratuita. As obras pertencem ao Musée d’Orsay e Musée de l’Orangerie, ambos parisienses. A mostra tem Curadoria de Pablo Jimenez Burillo, Guy Cogeval e Isabelle Cahn.
Visite: O triunfo da cor. O pós-impressionismo: obras-primas do Musée d’Orsay e do Musée de l’Orangerie
Até 17/10/2016 - De quarta à segunda (o CCBB não abre às terças-feiras)
Dàs 9h às 21h. Entrada Franca.
É possível visitar por ordem de chegada ou agendar a sua visita neste link
Centro Cultural Banco Do Brasil
Rua Primeiro de Março, 66 - Centro - Rio de Janeiro, RJ
Informações: (21) 3808-2020
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1 Comentários
[…] um pouco sua visita ao Centro Cultural Banco do Brasil (nós combinamos a visita com a Exposição O Triunfo da Cor). Não deixe se espantar pelo tema didático, você irá se […]
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