Hoje é Dia Internacional da Mulher! E para comemorar, resolvemos listar três mulheres viajantes da vida real, cujas viagens foram tão incríveis que inspiraram livros e filmes. Quem sabe um dia as três blogueiras que aqui escrevem e algumas de nossas leitoras não entram para esta seleta lista de aventureiras?
Robyn Davidson - Uma jornada para toda a vida
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Em 1977, após dois anos trabalhando com camelos para aprender mais sobre os animais e conseguir adquirir alguns para si, Robyn Davidson, então com 27 anos, encarou a viagem que a tornou famosa. A australiana partiu de Alice Springs situada bem no meio do continente até o Oceano Índico através do Outback, o interior desértico australiano.
Acompanhada de quatro camelos - Dookie, Bub, Zleika e o filhote Goliath - e de seu cachorro preto, atravessou 2.700 quilômetros, deserto adentro praticamente sozinha. Davidson aceitou escrever sobre a viagem para a revista National Geographic em troca de patrocínio, o que lhe proporcionou visitas periódicas do fotógrafo Rick Smolan, além, é claro, de encontrar personagens curiosos no caminho. Confira no mapa a baixo a rota estimada de Davidson, segundo o Legendary Trips.
O artigo foi publicado em 1978, e o interesse foi tanto que ela decidiu escrever mais sobre a experiência. Tracks (Trilhas - A Incrível Jornada de Uma Mulher Pelo Deserto Australiano), foi o primeiro ganhador do Thomas Cook Travel Book Award em 1980, além de receber o Blind Society Award. Smolan também publicou sua parte da aventura no livro de fotos From Alice to Ocean, no início da década de 1990.
Já a adaptação para os cinemas chegou tarde. Apenas em 2013, o filme estrelado por Mia Wasikowska e Adam Driver chegou às telonas. Por algum motivo, que esta blogueira desconhece, Tracks - título original - é pouco conhecido no Brasil.
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Davidson, que na época ganhou o apelido de The Camel Ladie (A Dama dos Camelos), continua viajando e escrevendo sobre suas aventuras por mais de 30 anos.
Cheryl Strayed - Livre
Em 1995, aos 26 anos, Cheryl Strayed sentiu que chegara ao fundo do poço. Seu casamento não dera certo, não tinha perspectivas profissionais e acabara de perder a mãe. Foi então que ela resolveu dar uma guinada na vida e encarar a Pacific Crest Trail, como caminho literal e figurativo para expurgar o passado.
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Se você nuca ouviu falar, a Pacific Crest Trail (normalmente abreviada como PCT) é uma trilha que se estende de ponta a ponta dos Estados Unidos, da fronteira com o México até a do Canadá. Segue paralelamente ao Oceano Pacífico, pelos montes mais altos da Sierra Nevada e do Cascade Range. Tem um total de 4.260 km, e a elevação varia do nível do mar até aos 4.009 metros de altura.
Mas Cheryl fez apenas parte do caminho, saindo do Deserto de Mojave, através da Califórnia e do Oregon, até o estado de Washington. Não que isso equilibrasse a total falta de experiência da moça neste tipo de viagem. No mapa abaixo, a linha vermelha demarca toda a PCT, e os pontos simbolizam o início (na parte de baixo do mapa) e o fim da jornada de Strayed.
É a experiência e o crescimento pessoal desta jornada que ela conta em Livre - A Jornada de Uma Mulher Em Busca do Recomeço. Lançado apenas em 2012 – porque Cheryl só teve vontade de contar esta experiência em 2008 -, o livro logo virou best-seller, foi traduzido para mais de 30 idiomas e, claro, ganhou sua versão cinematográfica.
O filme Livre, estrelado e produzido por Reese Witherspoon, foi lançado em dezembro de 2014 (no Brasil chegou em janeiro do ano seguinte) e mostra as dificuldades encontradas pela aventureira ao longo da trilha, assim como os motivos que a levaram a esta viagem.
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Strayed já escrevia antes de resolver compartilhar suas memórias e continua produzindo artigos, romances e memórias até hoje.
Elizabeth Gilbert - Comer Rezar e Amar
Calma! Nem toda viagem de autodescoberta e crescimento pessoal precisa ser feita a pé, em isolamento social, com muitos “perrengues”. Elizabeth Gilbert resolveu fazer o extremo oposto: decidiu viajar pelo mundo aproveitando o melhor que cada lugar tem a oferecer.
Aos 32 anos, após um divórcio de um casamento sem filhos e uma fracassada tentativa de novo relacionamento, Gilbert tirou um ano de sua vida para "exploração espiritual e pessoal". Ela passou quatro meses na Itália comendo e aproveitando a vida, três na Índia em busca de sua espiritualidade e terminou a viagem em Bali, na Indonésia, à procura de equilíbrio. Curiosamente, a busca por equilíbrio resultou no encontro de um novo amor, um empresário brasileiro.
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A viagem só foi possível graças a um adiantamento de duzentos mil dólares dos direitos do livro – sim, ela já saiu de casa pensando em escrever! Por isso, há quem diga que que sua viagem e posterior best-seller foi uma "decisão empresarial calculada". Verdade ou não, seu livro de memórias, Comer, Rezar e Amar saiu em 2006 e ficou mais de 85 semanas entre os mais vendidos. Foi considerado um guia turístico e filosófico para mulheres durante primeira década deste século.
A adaptação homônima para os cinemas chegou em 2010. Traz Julia Roberts como protagonista, nas difíceis tarefas de comer, rezar e amar, necessariamente nesta ordem, para alcançar uma nova vida.
Gilbert continua escrevendo, e como seu romance é ponto chave em sua jornada vale mencionar: em 2016 a autora se separou do brasileiro que inspirou o Felipe (o nome dele não era esse, ele também não se parecia com Javier Bardem), depois de 12 anos juntos. Meses mais tarde, assumiu um relacionamento com sua melhor amiga. O que nos faz pensar que a jornada talvez precisasse de mais alguns verbos no título.
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Viajar, conhecer novas culturas, vencer montanhas, aproveitar o melhor do mundo e escrever sobre isso, aparentemente estamos no caminho certo. Só falta encontrar aquela aventura que vai mudar nossas vidas. Continue acompanhando o blog - com sorte, esta jornada não está muito longe!
19 Comentários
Oi Fabiane!!! Muito bom o post! Eu não conhecia as histórias a fundo, mesmo sabendo que as duas últimas inspiraram filmes (que, inclusive, não consegui assistir ainda).
ResponderExcluirAdorei! Parabéns!
Abraços,
Carolina
Adorei! Excelente post. Não sabia das histórias tão profundamente. Que bom que você compartilhou conosco. Parabéns!
ResponderExcluirQue lindas as histórias que voce compartilhou. Eu sabia apenas da historia que inspirou comer rezar e amar! ótimo post! parabens!
ResponderExcluirExperiências fantásticas, vou procurar os filmes para assistir e conhecer um pouco mais das Histórias .
ResponderExcluirExcelente Artigo! Abraço!
Que post delicioso! Ver mulheres de coragem viajando e descobrindo esse mundão é muito legal e inspirador. Parabéns!
ResponderExcluirAdorei ler este artigo. Conheço o filme Comer, orar e amar mas não fazia ideia de que poderia ser de uma história real. Também é interessante pensar que uma viagem serve muitas vezes para encontrarmos algum equilibrio emocional...
ResponderExcluirA história da Robyn sempre me encantou. Acho uma história incrível, ainda mais na década de 70!!! Já imaginou?
ResponderExcluirNão conhecia a Sheryl...achei bacana, mas acho ruim quando as mulheres tomam a iniciativa por causa da vida amorosa. Tanto ela quanto a Elizabeth acabaram viajando por terem acabado o casamento.... Espero que cada vez mais mulheres comecem a viajar por uma paixão genuína pela viagem, como a Robyn. <3
Que legal essas histórias.
ResponderExcluirE que homenagem perfeita ao Dia da Mulher. Me senti representada por essas mulheres incríveis!
E me deu vontade de reler o Comer, rezar...
Jornadas muitos inspiradoras, acho que só conhecia a Elizabeth Gilbert.
ResponderExcluirDescobri que pouca gente conhecia a história de Robyn. E sim tomara que ada vez mais mulheres comecem a viajar por uma paixão genuína pela viagem. Mas, se o primeiro passo precisa ser uma desilusão amorosa.... que seja, desde que elas tirem algo maior disso!
ResponderExcluirObrigada!
ResponderExcluirQue bom que gostou! :)
ResponderExcluirObrigada! Não deixe de assistir mesmo ;)
ResponderExcluirEntão corre para assistir e se inspirar Carolina! E obrigada ;)
ResponderExcluirObrigada, espero que inspire mais viajantes ;)
ResponderExcluirSim, essas viagens de auto-descoberta parecem ser a melhores, não é?!
ResponderExcluirQue bom poder te apresentar Rovyn e Sheryl então! Bjs
ResponderExcluirSe te representou dou minha tarefa por cumprida! Grata pela visita ;)
ResponderExcluirÉ isso mesmo Raimundo. Os filmes não conseguem abordar todos os aspectos das vidas de seus biografados, mas acho um excelente ponto de partida para conhecermos estas pessoas e suas histórias. Pesquisar e descobrir mais fica por nossa conta. Obrigada pela visita!
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