De volta às aventuras no Uruguai... lembra que neste post sobre Punta Del Este mencionei que em nosso hotel em Montevidéu encontramos boas opções de passeios por cidades vizinhas? Pois a outra cidade em questão era Colonia Del Sacramento.
Saíndo direto do hotel na capital Uruguaia, seguimos pela Ruta 1, uma curiosa rodovia quase toda em linha reta, e cercada por paisagens rurais. A viagem de Montevidéu até Colônia leva cerca de duas horas (180km) - isso se você não fizer nenhuma parada. Acredite há pontos de interesse, mas é assunto para outro post. A cidade também é uma ótima opção para turistas de Buenos Aires, pois fica a cerca de 1h de viagem via Buquebus (um tipo de barca) da capital Argentina, através do Rio da Prata – aquele tão largo que tenho que ficar me lembrando que não é um oceano.
[caption id="attachment_4547" align="aligncenter" width="1024"]
Com pouco tempo para passar por lá - menos de um dia inteiro, nosso roteiro deixava de lado à cidade moderna e ia direto para o centro histórico. Onde se entra pelo portão de armas, ladeado por parte da muralha, reconstruída com as pedras originais e canhões. Mencionei, que esta entrada tem uma ponte que simula aquelas que ficavam sobre fossos? Se isso não é uma alerta para “viagem no tempo”, nada mais é!
Aquela pausa necessária para um pouco de história...
A antiga Colônia do Santíssimo Sacramento foi fundada em 22 de janeiro de 1680 por Manuel Lobo, então Governador da Capitania Real do Rio de Janeiro, a mando do Império Português. Em agosto do mesmo ano, a cidade foi tomada pelos espanhóis. Ao todo a Colônia trocou de comando sete vezes entre portugueses e espanhóis até 1778, quando a Espanha passou a ser a dona definitiva. Esta e a única cidade uruguaia colonizada por portugueses e toda essa disputa histórica aconteceu, é claro, no atual Centro Histórico, reconhecido pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade.
De volta ao passeio...
Chegamos por lá já perto da hora do almoço e logo na entrada, de frente para a Plaza Mayor, a guia de turismo nos passou a maioria das informações históricas importantes. Ela também fez um apressado tour apontando os pontos de interesse no caminho entre a entrada da cidade e o restaurante recomendado pela empresa, que curiosamente ficava praticamente no outro extremo da área histórica. A intenção é que após o almoço ficássemos livres pelas ruas até o horário o fim do passeio.
Admito, gastronomia não era o nosso foco nessa viagem. Após uma breve olhada no cardápio – composto principalmente por peixes da região – e perguntar o tempo que levaria para os pratos ficarem prontos decidimos que preferíamos fazer um lanche rápido e ganhar mais algumas horas explorando o lugar. Agradecemos a taça de medio y médio (bebida típica que mistura de vinho branco com espumante) oferecida pelo restaurante, nos despedimos das colegas que resolveram almoçar e partimos para fazer um piquenique!
[caption id="attachment_4552" align="aligncenter" width="1024"]
Sim, piquenique, no meio da Plaza Mayor. Calma, lá tem sim algumas opções de restaurantes e lanchonetes, mas como tínhamos alguns "belisquetes", – sim, somos dessas! – resolvemos sentar na praça e curtir o clima de cidadezinha do interior. Foi um ótimo jeito de curtir a praça, só esquecemos de tirar muitas fotos.
Saindo da praça, é difícil não seguir direto para o imponente (diante das casinhas históricas) farol da cidade. Finalizando em 1857, foi construído nas ruínas do Convento de San Francisco, criando estranha combinação de diferentes períodos. Depois de cansarmos de tirar fotos nas ruínas, resolvemos subir no farol. A atração é paga e na época* custava o equivalente a R$3 reais em pesos uruguaios.
[caption id="attachment_4548" align="aligncenter" width="1024"]
Uma estreita escada em espiral com 118 degraus pode não ser a parte favorita de claustrofóbicos, quem tem vertigem ou medo de altura - especialmente quando encontramos com alguém vindo no sentido oposto e é preciso se espremer para os dois caberem. Mas persevere, a recompensa é grande. Lá de cima, é possível ver toda a cidade velha, e o Rio da Prata; se tiver binóculos ou um zoom poderoso da câmera, pode tentar ver Buenos Aires em um dia limpo.
Também nos arredores da praça, visitamos alguns dos pequenos museus da cidade. São muitos, entre eles o Museo del Azulejo, o Museo Naval, e o Museo Archivo Regional. O Museo Municipal tem objetos e documentos de diferentes períodos da cidade. Já o charmoso Museo Portugués, instalado em uma casa conservada do século XVIII, possui objetos que recriam ambientação portuguesa da época e uma sala com reproduções de mapas, réplicas de uniformes e o escudo português original (que originalmente ficava no Portón de Campo).
[caption id="attachment_4578" align="aligncenter" width="768"]
O Museo Casa de Nacarello foi o que achei mais curioso. Trata-se de uma pequena casa dos anos de 1750, com construção conservada, mobília e objetos usados pelas famílias típicas da cidade nesse período. Impossível não se imaginar vivendo ali. Nacarello é o nome do morador mais antigo da casa que se tem registro.
Não é permitido fotografar nos museus, embora a galera quebre as regras - não faça isso, eu não fiz! Cada um tem seus dias de funcionamento próprios, e costumam ficar aberto de 11h15 às 16h45. Logo, é bom pesquisar antes, caso tenha interesse específico em algum deles para não o encontrar de portas fechadas.
De volta ao passeio pelas ruas...
O legal é observar a arquitetura de diferentes períodos e estilos, herança das origens com cultura espanhola e portuguesa misturadas. E no espírito da exploração, fomos mesmo andando à esmo sem olhar no mapa. Encontramos um esqueleto de baleia e charmosos carros antigos pelo caminho. Talvez tenhamos perdido alguns pontos, mas estávamos nos divertindo e muito satisfeitas!
Entre as ruas a mais famosa é a Calle de Los Suspiros. Situada bem próxima ao portão de armas, nos arredores da Plaza Mayor, a Rua dos Suspiros (em bom português) é a mais antiga da cidade. E além da arquitetura do período colonial, mantém o calçamento pé-de-moleque – como em nossa Parati. Existem várias lendas sobre a origem de seu nome - a mais popular é que a rua abrigava o bordel da cidade. Outra lenda relacionada à via é de que quem subir e descer a rua 3 vezes nunca mais terá problemas amorosos.
[caption id="attachment_4574" align="aligncenter" width="1024"]
Terminamos o passeio com helados artesanales: sorvete artesanal, vendido bem na entrada da cidade. Segundo a guia, a loja também abriga uma chocolateria além da sorveteria; esta, porém, não funciona no verão (fomos em janeiro). O que me lembra: protetor solar e chapéu gente! Confiram nas fotos, o sol estava castigando.
Se pesquisarem em mapas ou guias da cidade, vão perceber: não conseguimos nem chegar perto de ver tudo que há em Colonia Del Sacramento. Um dia é pouco e só andamos pela cidade antiga, lembra? Recomendo passar alguns dias na cidade (e pretendo voltar para fazer isso), mas não descarte o passeio caso só possa passar algumas horas. É um excelente ponto de partida, e uma desculpa perfeita para voltar lá algumas vezes.
Confira mais fotos de nossa jornada exploratória pela cidade histórica na galeria abaixo, e aproveite para curtir nossa página no Facebook:
21 Comentários
Fabiane, quem nunca almoçou no chão de uma praça estrangeira não sabe o que é viver. É uma prática muito comum na Europa, mesmo entre os habitantes das cidades. Com tão pouco tempo na cidade, foi a melhor opção!
ResponderExcluirGostei muito do post (em especial da "pausa necessária para um pouco de história").
Abraço
Então Ruthia, nem precisou ser no chão, tinha uns banquinhos por lá. Mas concordo com você e vou passar a adotar essa prática para todos os passeios. E que bom que gostou tanto do passeio quando da "pausa para a história"!
ResponderExcluirAbraços!!!
Se perder em Colonia é a melhor pedida! A cidade é lindíssima e andar e andar e tirar fotos... nada melhor que isso! :)
ResponderExcluirColonia é uma cidadezinha deliciosa, boa para todas as idades. Vejo que vc também gostou. Relato completíssimo, parabéns!
ResponderExcluirÉ uma cidade muito charmosa mesmo! Também passei um dia só, mas acho que podia ter ficado um pouco mais. Bem legal a mistura de influências portuguesas e espanholas. Adorei o seu artigo! Obrigado!
ResponderExcluirColonia está na minha lista de destinos e espero que seja ainda esse ano! Deixei as dicas guardadas aqui para quando for fazer meu roteiro.
ResponderExcluirLindo este lugar, vou guardar aqui. Ótimo post. Parabéns.
ResponderExcluirQue lugar lindo! Ainda não tive a oportunidade de conhecer, mas vou salvar seu post para usar as dicas quando eu for! :)
ResponderExcluirAdorei o piquenique! Que farra mais gostosa! E nessa cidade fofa de viver, não tem como não ser perfeito! :)
ResponderExcluirAdoro Colonia Del Sacramento! É uma cidadezinha tão fofa e com tanta história!
ResponderExcluirO post ficou bem completo e informativo, ótimas fotos!
Obrigada, que bom que gostou do post! Colonia é muito charmosa mesmo!
ResponderExcluirEstou planejando incorporar o piquenique em outros passeios, que tals? Bora fundar o "movimento dos piqueniques de viagem"?
ResponderExcluirObrigada Alessandra! ;)
ResponderExcluirNão deixe de ir, é apaixonante mesmo! <3
ResponderExcluirDepois não deixe de me contar como foi a experiência Patricia! E boa viagem... ;)
ResponderExcluirEntão decidimos, a dica é: faça o possível para passar mais tempo por lá, certo? Obrigada pela visita!
ResponderExcluirVc também foi Gisele? Conta como foi sua experiência, quero dicas para quando voltar hehehe.... Valeu pela visita!
ResponderExcluirSim, fizemos literalmente isso... andamos à esmo adorando as casinhas! :D
ResponderExcluirCada vez mais tenho vontade de explorar o Uruguai e a bela cidade de Colonia del Sacramento. Dicas preciosas, obrigado!
ResponderExcluir[…] – me inclua aqui – queriam explorar cada cantinho de todos os lugares, topando um lanche rápido para alcançar esse objetivo se […]
ResponderExcluir[…] algum tempo (se não acompanha segue a gente logo!) deve ter prestado atenção que no post sobre Colônia Del Sacramento mencionei que haviam pontos de interesse no caminho entre a cidade histórica e a capital Uruguaia. […]
ResponderExcluir